
Sistematização
dos Grupos de Prática
Por Lucimar Rosa Dias
2.1 Relato pessoal
Comunidade de aprendizagem... e eu. O que levo dessa experiência?
Sou professora do ensino superior desde 2009. Comecei minha carreira na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e em 2014 me transferi para Curitiba para atuar na Universidade Federal do Paraná. Fiz mestrado em 1996 e doutorado em 2007. Desde sempre meu foco de ação é a diversidade étnico- racial na infância. No finalzinho dos anos 90 quando defendi a dissertação, havia pouca produção nessa área, talvez por isso, minha pesquisa tenha sido matéria na Folha de São Paulo. Achei o máximo!! Publiquei sobre o tema na Revista Nova Escola e recebi muitas cartas pelo correio (sim, naquele tempo as pessoas ainda não tinha nem email nem whatassap!!) parabenizando pela pesquisa e me solicitando materiais sobre o assunto. Guardo algumas dessas cartas até hoje, como testemunho de que o assunto interessava a mais pessoas e não era um delírio meu que o tema raça, deveria estar também nas práticas desenvolvidas com crianças pequenas.
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Nos anos 2000 me dediquei a trabalhar com instituições negras, especialmente, o CEERT que desenvolvia o Prêmio Educar para a Igualdade Racial no qual havia a categoria Educação Infantil. Nessa instituição tive a oportunidade de atuar na produção de políticas públicas para a infância que incluísse a dimensão raça ou diversidade étnico-racial (como eu usava) em sua pauta. Foi assim que os Indicadores de Qualidade da Educação Infantil (2009) abarcaram o tema, e depois (2009) a revisão das Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil também. Começava uma escuta sobre o que dizíamos. Mas, foi necessário que se passasse muitos e muitos anos para que a discussão de equidade racial na infância, ou como eu prefiro igualdade racial, entrasse no radar de modo geral. Somente em 2020 me parece que isso se consolidou com importantes instituições trazendo à tona o tema.
Produzindo material, como foi o caso da publicação: Racismo, Educação Infantil e Desenvolvimento na Primeira Infância (2021) que coordenei para o Núcleo Ciência pela Infância (NCPI). E agora em 2022 acompanhar o trabalho da Porticus na Comunidade de Aprendizagem em Primeira Infância e Equidade é uma alegria, pois a reunião de importantes instituições que discutem infância é em um mesmo grupo com importantes instituições que tratam de raça potencializa ações que estão sendo construídas há anos e nem sempre tiveram a equidade étnico-racial como uma perspectiva. Outra alegria é saber que nesse diálogo reconheceu-se que existem estudiosas negras e negros que estão produzindo ciência nessa área e não começamos ontem (rs), ou seja, além de trazer o tema para um plano importante, viemos juntas, coisa que em tempos atrás não ocorreria. Foi bonita a ciranda de cá e de lá. Foi também tensa, e para mim às vezes difícil, dizer o que deve ser dito sem ferir, reconhecendo o trabalho sério que muitas instituições fazem, mas sem deixar de anunciar a necessidade de caminhar mais rumo à equidade.
Levo dessa breve experiência o esperançar freiriano. Como dizia o autor “Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”. Eu esperanço uma sociedade sem racismo, uma infância plena e equânime e sei que não estou sozinha. Umbutu!

2.2 Sistematização do Grupo de Prática
COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM EM MOSAICO: “UMUNTU NGUMUNTU NGABANTU”
Lucimar Rosa Dias[3]
“Umuntu ngumuntu ngabantu - a pessoa sóé uma pessoa por meio de outras pessoas[4]”.A frase que abre este texto é a base de umadas mais importantes correntes filosóficas comas quais já tomei contato
e muitos/asde nós quelemos o livro de Jostein Gaarder - O Mundode Sofia – lançado nos anos 90,
não a encontramos na obra,pois as referências de filosofia no texto são ocidentais e há ainda não reconheça filosofias outras.
A ideia presente na frase que abre esse texto
diz que só se existe na coletividade. Não há uma
pessoa sem a outra. Essa ideia é fruto da filosofia Ubuntu[5] vivenciada entre os povos sul-africanos
zulu e xhosa, na África.
[3] Professora da Universidade Federal do Paraná. Atuou como sistematizadora do Grupo 2
[4] NJERI. Aza. O QUE É UBUNTU? YouTube. 20/06/2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Iwf_RFAl6Z4>
[8] Para saber mais recomendo o programa o livro de Ngomane. Mungi.Ubuntu todos os dias. Rio de Janeiro: BestSeller, 2022
Poderia dizer que foi esta cosmopercepção que me guiou ao entrar em contato com a Comunidade de Aprendizagem[6] durante o exercício que realizamos de escuta das práticas vivenciadas entre pessoas que representavam instituições com ações voltadas para a justiça social. Do nosso grupo fazia parte: o IFH - Instituto Fazendo História, UNICEF - Fundo das Nações Unidas, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, o CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular, a RNPI – Rede Nacional de Primeira Infância, o Geledés – Instituto da Mulher Negra. Tínhamos como desafio refletir sobre: a Primeira infância e o desenvolvimento integral com equidade. Éramos o Grupo 2, outras instituições que pertencem a Comunidade de Aprendizagem estavam reunidas nos grupos 1 e 3 e boa parte delas desde 2021 estão nesse processo de voltar para si, mas na coletividade e analisar como a equidade étnico-racial e primeira infância estão sendo consideradas em suas atividades.

[6] A Comunidade de Aprendizagem em Primeira Infância e Equidade é uma iniciativa da Porticus para fortalecer
a articulação e colaboração entre suas organizações parceiras na área de Desenvolvimento da Primeira Infância (DPI) no Brasil. Mais informações visitar a página: <https://www.primeirainfanciaequidade.org/comunidade>.
A proposta de 2022 foi costurar acordos nesse mosaico de ações pela justiça social, 1ª infância e equidade. Os encontros possibilitaram surgir novos saberes quando compartilhamos os fazeres e a confluência foi perceber que cada uma dessas instituições existe, porque as outras existem. Não há individualidade quando se quer constituir um projeto que rompa com a desigualdade, especialmente, quando a centralidade é a primeira infância. Passar a fazer parte desta construção foi experiência e tanto! Como bem marcou bell hooks[7] “[...] Embora me oponha a qualquer prática essencialista que construa a identidade de maneira monolítica exclusiva, não quero abrir mão do poder da experiência como ponto de vista a partir do qual pode-se fazer uma análise ou formular uma teoria” (2013, p. 122-123).
O Diálogo entre instituições que são importantes referências para o campo dos estudos de relações étnico-raciais e aquelas que são reconhecidas na atuação com a infância proporcionou momentos ímpares no sentido de constituir interconexões. Desmond Tutu e Mpho Tutu - importantes nomes que disseminaram a concepção Ubuntu afirma que “Nossa humanidade é tecida por nossa interconexão, e qualquer rasgão no tecido dessa interconexão deve ser reparado para que voltemos a ser inteiros. Essa interconexão é a raiz de quem somos” (TUTU, TUTU, 2014, p. 16)[8].

[7] bell hooks, institui a escrita de seu nome e sobrenome em letra minúscula e temos respeitado a vontade da autora. Trecho retirado do livro: Ensinando a transgredir: a educação como prática da Liberdade. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2013.

[8] TUTU, Desmond, TUTU, Mpho, O livro do perdão: para curarmos a nós mesmos e o nosso mundo. Compilação: Douglas C. Abrams; Tradução: Heloísa Leal, Rio de Janeiro: Valentina, 2014.
No nosso caso fomos construindo essa interconexão
a cada vez que uma instituição trazia para a roda: o retalho, a agulha e a linha para a costura do tecido que comporia nosso acordo na luta pela equidade na 1a infância.
A partir das experiências apresentadas, fomos nos
tornando um grupo, um tecido inteiro. Assim procedeu-se uma conversa franca sobre as possibilidades e os limites das atividades desenvolvidas e o quanto elas davam ou
não conta da equidade, especialmente a étnico-racial.
Foi um aprendizado desafiador, às vezes tenso, pois
fomos instadas a identificarmos nossos rasgões
e a tecer a costura na coletividade.
O Instituto Fazendo História nos apresentou a prática Fazendo Minha História que realiza acolhimento de crianças e adolescentes e para a sua construção os/as colaboradores/as são desafiados/as a lerem livros de literatura infanto-juvenil em que personagens e histórias apresentam referências positivas da cultura afro-brasileira, africana e indígena inspirando as crianças na construção de suas próprias histórias considerando a identidade étnico-racial. O projeto ao traçar a possibilidade de cada criança criar a sua história produz aquilo que Chimamanda Ngozi Adichie[9] nos alerta sobre a importância delas: “Como são contadas, quem as conta, quando e quantas histórias são contadas, tudo realmente depende do poder. Poder
é a habilidade de não só contar a história de uma outra pessoa, mas de fazer a história definitiva daquela pessoa (p.12,2019).
Nesse sentido, oportunizar que as crianças construam sua história é de certa forma dar lhes poder de narrar-se superando
os preconceitos que vivenciam e que às vezes querem lhes definir.



[9] ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras. 2019
De modo semelhante o UNICEF trouxe a prática Deixa que eu Conto – histórias, brincadeira – curiosidades, cujo objetivo é por meio de podcasts apresentar às crianças histórias e brincadeiras com ênfase na cultura amazônica e na afro-brasileira que contadas por pessoas negras, quilombolas com muita arte e alegria.
Nessa esteira de rupturas com o imaginário negativo, estereotipado e preconceituoso ou por vezes de invisibilização de crianças com deficiência, trans, negras, indígenas, quilombolas em diversos arranjos familiares a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal colocou na roda a prática sobre a realização do material: Primeiros Anos, uma série sobre as diferentes infâncias
no Brasil, direitos da criança e a importância do desenvolvimento infantil que contou suas histórias tendo como protagonista
na produção jovens selecionados no projeto Geração Futura.
Colocar à disposição de crianças, contos, imagens e histórias que trazem repertório negro e indígenas com significados positivos constitui-se como um movimento contra colonial, pois posiciona a imagem desses grupos de modo distinto a retorica desumanizadora que por muito tempo foi a única a ter lugar e que ainda contemporaneamente tem primazia. Esse contraponto é muito importante para romper com a História única a qual se refere a autora Adichie que produz distorções e alimenta
as desigualdades sociais.
Outra prática que cirandou no grupo foi a do CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular. A proposta, realizada em um
bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro, tem a primeira infância e a cultura de paz como direção possibilitando que famílias
e crianças construam ferramentas para o manejo de conflitos. E seguimos na costura conhecendo a prática: Articulação
e mobilização pela primeira infância no Brasil: promoção, defesa e garantia de direitos realizada pela RNPI – Rede Nacional
de Primeira Infância. Trata-se de atuar sob a constituição de políticas públicas para defender e garantir os direitos da Primeira Infância, construindo programas que se materializam nos Planos Municipais pela Primeira Infância dos municípios brasileiros.
E nessa gira pudemos, também, entrar em contato com
a experiência de Geledés: Primeira Infância no Centro: garantindoo pleno desenvolvimento infantil a partir
do enfrentamento do racismo que tem como propósito “Desconstruir concepçõese narrativas sobre crianças
negrase indígenas sobre os modos de ser e viver de infâncias negras, indígenas, quilombolas e de terreiros[10]” organizando reflexões e proposições sistematizadas em uma agenda política oriunda dos movimentos sociais e dirigida aos/as gestores/as no âmbito municipal, estadual e federal.
Destacou nesse processo as discussões entre os/as sujeitos/as para construir uma pauta comum e os tensionamentos advindos desse movimento que tensiona
a ideia de infância, de mulher, de família dentre outras.

[10] Trecho de slides apresentado pelo Instituto Geledés em 23/08/2022.
No giro das trocas foram destacados os desafios nas diferentes práticas para se alcançar a equidade no desenvolvimento infantil. A cada experiência apresentada o grupo fazia suas considerações e no coletivo ressaltava-se a importância da
ação e do mesmo modo trazia-se à tona a necessária reflexão sobre o quanto era possível perceber ou não a diversidade
e especialmente a equidade étnico-racial naquela prática. Algumas evidenciaram com maior precisão esse recorte e outras anunciaram a fase inicial desse movimento, e as instituições se colocaram preocupadas em ampliar as evidências de equidade étnico-racial em suas vivências e demonstraram que os estudos realizados em 2021 foram fundamentais para essa compreensão.
A partir das ponderações foi possível compilar alguns dos desafios que se colocam para a realização de políticas, sejam
elas públicas ou desenvolvidas por Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, Organizações não Governamentais
e Movimentos Sociais que tenham como foco a Primeira infância e o desenvolvimento integral com equidade. Um dos pontos acordados entre o grupo é que para alcançar esse intento é inegociável que as práticas sejam guiadas por uma concepção
de infância diversa, plural. Não é mais possível que as instituições financiadoras dessas práticas concordem com projetos que apresentem uma infância universal, sem raça, sem cor, sem etnia, sem território, sem classe, se orientando por concepções científicas que ignorem essas singularidades.
Tratou-se especialmente das abordagens que trazem a Neurociência e a Economia como ferramentas teóricas para orientar as políticas para infância, mas ignoram a pluralidade como parte desse contexto. A crítica não nega a importância, mas questiona uma certa centralidade que essa área vem ocupando nas discussões sobre infância, deixando outros campos de estudos como: a sociologia, a história que são áreas importantes para explicar as desigualdades sociais e o desenvolvimento infantil. Apontou-se para a necessidade de abandonar a ideia de uma infância mítica e dialogar com a diversidade de infâncias rompendo com perspectivas colonizadoras e esse compromisso deve ser evidenciado nos princípios de cada prática
a serem desenvolvidas por essas instituições.
Nessa direção, as experiências mostraram que acolher as histórias das distintas infâncias, reconhecer suas culturas deve
ser parte das políticas voltadas para a primeira infância, sendo a escuta uma das principais ferramentas na construção
dessas experiências. Assim, tendo por princípio que ao tratar da primeira infância não é possível ignorar os/as sujeitos/as
que convivem com as crianças e sim considerá-los/as de modo que participem efetivamente não apenas como receptores/as,
mas como proponentes/construtores do processo. Constituindo elos em que se escape daquelas experiências em
que pessoas brancas, de classe média/alta e alta escolarização sejam as executoras e pessoas negras, empobrecidas
e de baixa escolarização sejam receptoras. Alterar a perspectiva colonizadora é incluir pessoas dos territórios na
elaboração do desenho das políticas não como coadjuvantes, mas sim como parte do grupo gestor, inclusive remunerados.


Outra questão que se apresentou foi a importância de constituir dados demográficos com informações sobre raça/cor, gênero, identidade de gênero, dentre outros, para que a realização de práticas reconheçam
a diversidade das pessoas. Ressaltou-se também
as dificuldades na organização de políticas para infância, pois se expressam contradições e impasses para constituir consensos em prol do Pleno Desenvolvimento da 1ª infância com equidade, por isso é importante trazer para o debate e buscar a articulação de temas como:
as agendas feministas, as desigualdades regionais, a pluralidade da luta antirracista, dentre outras questões.
Um dos principais desafios que se apresentaram
nas práticas foi a proposição de ações que superem
a invisibilidade dos bebês nas discussões e ações dirigidas à 1ª infância, embora esse grupo seja citado, percebeu-se que as atividades não são pensadas para alcançá-lo. Concluímos que isso requer pensar novas propostas e mobilização nas instituições para que
se criem respostas a essa ausência. É preciso induzir
a busca de respostas para contemplar os bebês
nas práticas.
Algo a destacar no processo da costura foi que ao contar sobre suas práticas cada instituição foi trocando o que produziram
e o grupo animadamente foi comentando que levaria para a sua instituição e assim ampliou-se a repercussão daquilo que construíram entre nós. Foi muito rico e também evidenciou que há um acúmulo de conhecimento e de materiais consideráveis de interesse de várias instituições do mosaico, mas que permaneciam desconhecidos na comunidade. Por isso, outro destaque das considerações é a necessidade de maior articulação na produção e no compartilhamento de dados e metodologias
com enfoque na igualdade racial e de gênero para ampliar e consolidar a pactuação ao enfrentamento do racismo pelas organizações que atuam na primeira infância, independentemente de serem dirigidas por pessoas negras.
Todos/as que participaram desta comunidade de aprendizagem firmaram um compromisso com o desenvolvimento
da 1ª infância e o desejo de ampliar e evidenciar a equidade étnico-racial em suas práticas. Destaca-se ainda que há
uma perspectiva teórica e metodológica emancipatória que orientam essas instituições que compreendem a relação
com os/as sujeitos/as e as crianças como capazes de agir sobre sua realidade e que todos/as aprendem nesse processo.
Busca-se estabelecer relações horizontais e afetivas, superando a ideia de que existem pessoas sem “voz” e que as práticas seriam uma possibilidade de “dar voz” ao grupo com o qual se articula, ainda que tal perspectiva precise ser continuamente revisitada para que não se perca.
A primeira infância e o desenvolvimento com equidade constituem-se como um enorme desafio para instituições e pessoas
que estão preocupadas com uma sociedade igualitária, pois há muito por fazer e nem sempre existe consenso sobre a pauta
ou pontos prioritários para alcançá-la. No entanto, a partir dessa breve experiência com uma parcela da Comunidade de Aprendizagem conseguimos dialogar sobre temas muito importantes desde práticas que estão diretamente ligadas às crianças escrevendo e escutando suas histórias, contando e ouvindo histórias com elas, outras que por meio dos/as responsáveis
se conectam com as crianças até aquelas que propõe políticas que impactam diretamente à vida de crianças.
Poderia resumir nossas aprendizagens nos seguintes itens:
Grupo de Prática 2:
PI e o desenvolvimento
-
Não existe uma infância e sim infâncias, por isso, as práticas com 1ª infância precisam reconhecer a diversidade e explicitá-las em suas ações;
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Não há desenvolvimento infantil se o racismo estrutural não for enfrentado;
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Na primeira infância tem bebês e eles precisam ser visibilizados;
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O Pleno desenvolvimento na 1ª infância com equidade não será alcançado sem que se alterem as múltiplas formas de opressão tais como: classe, raça, gênero e sexualidade;
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É necessário discutir as diferentes concepções teóricas e metodológicas que orientam as práticas com a 1ª infância, pois nem todas são emancipatórias;
-
A criança não está sozinha no mundo, então, as práticas precisam dialogar com seus responsáveis de modo horizontal, reconhecendo os conhecimentos dos grupos que se deseja alcançar;
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Há muitas ações sendo realizadas e poucas conexões entre elas. É necessário atuar mais em rede e com trocas;
-
As instituições que atuam no campo das relações étnico-raciais devem ser reconhecidas como parceiras importantes pelas instituições que atuam com políticas para a 1ª infância constituindo ações em rede para a equidade étnico-racial;
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As instituições financiadoras de práticas têm responsabilidade na constituição de agendas com equidade agindo como indutoras da diversidade étnico-racial nas suas agendas;
Esperamos que tais reflexões sejam pontos importantes para reflexões que ampliem a Comunidade de Aprendizagem, pois nossa expectativa é de que ao discutirmos a 1ª infância esteja sempre no nosso horizonte a perspectiva de que a política deve ser tecida na concepção umuntu ngumuntu ngabantu.
